Com a chegada do mês de setembro, inicia-se a campanha do “Setembro Amarelo”, um mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental e à prevenção do suicídio. A campanha visa alertar a população sobre a seriedade das doenças mentais, que, apesar de frequentemente invisíveis, podem ter um impacto profundo na vida das pessoas que sofrem com as mesmas.
Depressão, burnout, ansiedade, suicídio e desequilíbrio mental são alguns dos problemas que podem ser enfrentados pela população. Mas afinal, como eles se desenvolvem?
Setembro Amarelo: conscientização e prevenção
Dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 16.262 suicídios foram registrados no Brasil em 2023.
O Setembro Amarelo é uma campanha iniciada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em colaboração com o Conselho Federal de Medicina e tem como lema “A vida é a melhor escolha”. Seu objetivo é fomentar o diálogo sobre saúde mental e enfatizar a importância do cuidado com a mesma para uma melhor qualidade de vida, evitando o suicídio.
Nesta perspectiva, não apenas a saúde física é importante para o bem-estar do indivíduo. A conexão entre corpo e mente é essencial!
O que desencadeia problemas mentais?
Não existe uma razão pela qual os problemas mentais se desenvolvem, até porque são muitos. Na verdade, eles podem ser desencadeados por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Para reforçar o objetivo do Setembro Amarelo, vamos entender um pouco mais das principais causas e fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais?
Fatores genéticos e biológicos
Pessoas com predisposição genética para transtornos mentais podem ser mais suscetíveis a desenvolver condições de saúde relacionadas aos transtornos mentais, devido à herança familiar. Desequilíbrios químicos no cérebro, alterações na estrutura cerebral ou disfunções nos neurotransmissores (como serotonina e dopamina) podem influenciar a ocorrência de transtornos mentais.
Fatores psicológicos
Ao sofrer algum trauma, como abuso, negligência ou eventos altamente estressantes, uma pessoa tem maior risco de desenvolver transtornos mentais. O estresse prolongado devido a pressões no trabalho, problemas financeiros ou conflitos familiares também podem desencadear ou agravar os transtornos mentais.
Fatores ambientais e sociais
Um ambiente familiar abusivo, a ausência de suporte social e o isolamento podem contribuir para o desenvolvimento de problemas mentais. Além disso, dificuldades econômicas e a insegurança financeira podem aumentar o risco de transtornos mentais, especialmente em contextos de pobreza e desigualdade.
Fatores relacionados ao estilo de vida
O abuso de álcool e drogas pode não apenas desencadear transtornos mentais, mas também agravar condições existentes, criando um ciclo de dependência e problemas psicológicos. Além disso, a falta de sono adequado e o descuido com a saúde física — como dieta e exercício — podem ter um impacto significativo na saúde mental.
Fatores psicológicos e emocionais
Sentimentos persistentes de inadequação e baixa autoestima podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos como a depressão. Certos padrões de pensamento e comportamento, como aqueles encontrados em transtornos de personalidade, também podem influenciar a saúde mental.
Desafios da vida e eventos significativos
As mudanças que a vida impõe também são propícias para o desenvolvimento de problemas mentais. A morte de um familiar, por exemplo, ou outras perdas significativas, além de transições importantes, como mudança de emprego, divórcio ou mudança de residência, podem ser estressantes e contribuir para problemas mentais.
A resposta de cada pessoa aos fatores que desencadeiam os transtornos mentais pode variar, tornando o diagnóstico e o tratamento subjetivos. Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades, busque ajuda profissional.
A importância do acompanhamento médico
O acompanhamento profissional é extremamente importante para a manutenção da saúde mental. Psicólogos e psiquiatras
são os mais recomendados para diagnosticar e tratar esses problemas, mas outros profissionais também podem ser procurados, como o Assistente Social e o Terapeuta Ocupacional, por exemplo.
Para o tratamento ser efetivo, é fundamental que o paciente se sinta confortável e confiante durante as sessões, pois isso promove uma abordagem mais eficaz ao tratamento. A conscientização e a busca por tratamento são essenciais!
Saúde mental: Sinais de alerta
Para buscar ajuda, nada melhor do que se conhecer e reconhecer os principais sinais de alerta. Portanto, se você tem mudanças bruscas de comportamento, sentimentos persistentes de desesperança e frequentemente pensa em se machucar, está na hora de buscar ajuda, pois esses podem ser indícios de que você está enfrentando uma crise.
Adicionalmente, também é possível ter a sensibilidade de reconhecer sinais de problemas mentais em terceiros. Portanto, se um amigo, conhecido ou familiar tem se comportado de forma suspeita, ofereça ajuda ou busque alternativas para o apoio necessário ser oferecido.
Para garantir o suporte necessário, a campanha do Setembro Amarelo conta com o suporte do CVV — Centro de Valorização da Vida, que oferece atendimento e visa a prevenção do suicídio de forma gratuita e sigilosa. O CVV pode ser contatado através do número 188, e também por e-mail e chat no site cvv.org.br, além de postos presenciais em todo o país e está disponível 24h por dia.
Falar abertamente sobre os sinais, além de ajudar a desmistificar conceitos precipitados, ainda pode ser útil para oferecer o suporte adequado com intuito de salvar vidas!