Os últimos anos não foram nada fáceis para o astro de Duro de Matar, Bruce Willis, que vem passando por agruras que deixariam os desafios do cinema no chinelo.
Já que, meses depois de anunciar a aposentadoria, o ator foi diagnosticado com afasia,um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação da pessoa.
Entretanto, um tempo depois a família do ator divulgou um diagnóstico mais específico: aos 67 anos, Bruce Willis, foi identificado com um tipo de demência, hoje sem cura, chamado de demência frontotemporal (DFT é a sigla).
Contudo, trata-se de uma doença neurodegenerativa rara que afeta os lobos frontal e temporal do cérebro, levando a mudanças comportamentais e de personalidade.
Bem como a problemas de linguagem e de memória.
Embora a demência frontotemporal seja menos conhecida do que outras formas de demência, como a doença de Alzheimer, ela pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores.
Neste artigo, você vai entender um pouco mais da doença que afeta o ator e algumas outras pessoas.
O que é Demência frontotemporal?
A Demência Frontotemporal (DFT) é um tipo de demência que afeta principalmente os lobos frontal e temporal do cérebro. É uma doença degenerativa do cérebro que afeta principalmente as funções executivas, comportamentais e de linguagem.
Nesse sentido, a DFT é uma doença neurodegenerativa que ocorre quando as células cerebrais nessas áreas do cérebro começam a se deteriorar. Isso pode levar a mudanças no comportamento, personalidade e habilidades de comunicação.
Contudo os sintomas da DFT variam de acordo com a área do cérebro que está sendo afetada. Os sintomas iniciais podem incluir mudanças na personalidade, desinibição social, apatia, perda de empatia, diminuição da higiene pessoal e falta de julgamento.
Conforme a doença progride, os sintomas podem incluir dificuldades na fala e na linguagem, dificuldades na execução de tarefas complexas, perda de memória, dificuldades motoras e problemas de comportamento.
Infelizmente, a demência frontotemporal não tem cura, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Por isso, o diagnóstico precoce é importante para garantir que o tratamento adequado seja iniciado o mais cedo possível.
Como diagnosticar a demência Frontotemporal?
O diagnóstico da Demência Frontotemporal (DFT) pode ser desafiador, uma vez que os sintomas iniciais podem ser facilmente confundidos com outras doenças ou até mesmo com traços de personalidade normais. No entanto, existem algumas etapas que podem ser tomadas para ajudar a diagnosticar a DFT:
- Avaliação clínica: o médico realizará uma avaliação clínica completa do paciente, incluindo histórico médico e familiar, exame físico e avaliação neurológica. Eles também podem pedir para um familiar ou cuidador fornecer informações sobre mudanças no comportamento ou personalidade do paciente.
- Testes cognitivos: o médico pode solicitar testes cognitivos para avaliar o funcionamento do cérebro, incluindo a memória, linguagem, habilidades visuoespaciais e de atenção.
- Exames de imagem: o médico pode solicitar exames de imagem, como uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), para avaliar a estrutura e a função do cérebro.
- Avaliação genética: a DFT pode ser hereditária em algumas famílias. Por isso, o médico pode considerar a avaliação genética para determinar se o paciente possui uma mutação genética que aumenta o risco de desenvolver a doença.
- Avaliação neuropsicológica: o médico pode encaminhar o paciente a um neuropsicólogo para uma avaliação mais detalhada das funções cognitivas, comportamentais e emocionais.
Entretanto, o diagnóstico da Demência Frontotemporal pode ser complexo, e geralmente é necessário uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo neurologistas, psiquiatras, neuropsicólogos e outros especialistas para avaliar adequadamente e diagnosticar a doença.
Quais as principais causas da Demência Frontotemporal?
Sobretudo a Demência Frontotemporal (DFT) é causada pela degeneração progressiva das células nervosas nos lobos frontal e temporal do cérebro. No entanto, a causa exata da degeneração ainda não é completamente compreendida.
Algumas causas possíveis da Demência Frontotemporal incluem:
- Fatores genéticos: a DFT pode ser causada por mutações genéticas hereditárias que afetam a produção de certas proteínas no cérebro. Essas mutações estão presentes em alguns casos de DFT familiar.
- Acúmulo de proteínas anormais: em algumas formas de DFT, as proteínas Tau ou TDP-43 se acumulam nas células cerebrais, afetando sua função e levando à degeneração.
- Lesões cerebrais: lesões cerebrais traumáticas ou doenças cerebrais, como encefalite ou acidente vascular cerebral, também podem aumentar o risco de desenvolver DFT.
- Fatores ambientais: embora a DFT não seja considerada uma doença ambiental, alguns estudos sugerem que exposição a certos produtos químicos ou pesticidas pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.
- Fatores de risco: outros fatores de risco para DFT incluem idade, histórico familiar da doença e sexo masculino.
Contudo, a compreensão das causas da DFT ainda está em evolução, e a pesquisa continua a investigar os mecanismos subjacentes da doença para melhorar o diagnóstico, prevenção e tratamento.
A Demência Frontotemporal tem tratamento? Qual?
Embora não haja cura para a Demência Frontotemporal (DFT), há tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Nesse sentido, o tratamento geralmente é baseado em abordagens não farmacológicas e farmacológicas. As principais opções de tratamento incluem:
- Terapia ocupacional e fonoaudiologia: essas terapias podem ajudar a manter a independência do paciente em tarefas diárias, como se vestir, se alimentar e se comunicar.
- Terapia comportamental: a terapia comportamental pode ajudar a gerenciar comportamentos problemáticos, como agressividade, impulsividade e apatia.
- Medicamentos: Alguns medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos da DFT, como antidepressivos para tratar depressão ou ansiedade e antipsicóticos para tratar comportamentos problemáticos.
- Cuidado de suporte: cuidados de suporte, como suporte psicológico, grupos de apoio e serviços de cuidados domiciliares, podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores.
- Gestão de sintomas: medidas gerais de gestão de sintomas, como manter um ambiente seguro e calmo para o paciente, também podem ajudar a gerenciar a DFT.
Porém, o tratamento da DFT é personalizado para cada paciente e depende dos sintomas individuais de cada um.
Para isso é importante envolver uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo neurologistas, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, para fornecer o melhor tratamento possível e melhorar a qualidade de vida do paciente.