A endometriose é uma doença que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil e pode causar dores intensas, sangramentos irregulares e dificuldade para engravidar. Mas o que é a endometriose e como ela pode ser tratada? Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre essa condição e responder 8 perguntas frequentes sobre a endometriose.
O que é endometriose?
A endometriose é caracterizada pela presença de fragmentos do tecido endometrial, que reveste o útero e é chamado de endométrio, em outras partes do corpo. É esse tecido que permite que o óvulo se instale ali para ser fecundado pelo espermatozóide, sendo importante para o sistema reprodutivo.
Ao final do ciclo menstrual, o endométrio costuma ser expelido do corpo através da menstruação. Porém, quando há a endometriose, isso não acontece, gerando dores intensas e afetando a vida cotidiana da mulher .
Os locais mais comuns onde o tecido endometrial se implanta são:
- Ovários
- Trompas de falópio
- Intestinos
- Bexiga
- Pelve
Em casos mais raros, a endometriose pode atingir outros órgãos, como pulmões, rins e cérebro.
Sintomas da endometriose
Os principais sintomas da endometriose são:
- Cólica intensa antes ou durante a menstruação
- Dor durante o contato íntimo
- Menstruação abundante
- Sangramento fora do período menstrual
- Dor ao urinar
- Prisão de ventre ou diarreia
- Dor para evacuar
- Inchaço na barriga
- Cansaço excessivo
Além disso, a endometriose pode dificultar a gravidez, sendo muitas vezes diagnosticada durante exames para identificar a causa da infertilidade feminina.
A intensidade e a frequência dos sintomas da endometriose podem variar a cada mês e de uma mulher para outra. Na presença dos sintomas de endometriose, é importante consultar o ginecologista para que sejam realizados exames que ajudem a confirmar o diagnóstico da endometriose e, assim, possa ser iniciado o tratamento mais adequado.
Diagnóstico de endometriose
O diagnóstico da endometriose é feito pelo ginecologista através da avaliação dos sintomas, exame pélvico e exames de imagem, como ultrassom pélvico, transvaginal, ou ressonância magnética .
Além disso, o médico pode solicitar uma videolaparoscopia, que é um procedimento cirúrgico, que permite confirmar a endometriose e verificar a localização, tamanho e quantidade de implantes endometrióticos, que são os focos de endometriose fora do útero.
Top #8 perguntas sobre endometriose!
1- Quem tem endometriose não consegue engravidar?
Não necessariamente. A endometriose pode dificultar a gravidez, principalmente quando o tecido endometrial se liga às trompas e impede a passagem do óvulo maduro para o útero, impedindo a concepção. Porém, muitas mulheres com endometriose conseguem engravidar naturalmente ou com a ajuda de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
2 – Se a mulher com endometriose engravidar, o risco de perder o bebê é grande?
Não há evidências científicas que comprovem que a endometriose aumente o risco de aborto espontâneo. Porém, a endometriose pode estar associada a outras complicações na gravidez, como parto prematuro, placenta prévia, pré-eclâmpsia e cesariana. Por isso, é importante que a mulher com endometriose tenha um acompanhamento médico adequado durante toda a gestação.
3 – Que partes do corpo podem ser afetadas pela endometriose?
A endometriose pode afetar qualquer parte do corpo onde o tecido endometrial se implanta. Os locais mais comuns são os órgãos pélvicos, como ovários, trompas de falópio, intestinos, bexiga e pélvis. Em casos mais raros, a endometriose pode atingir outros órgãos, como pulmões, rins e cérebro.
4 – Adolescentes podem ter endometriose?
Sim. A endometriose pode se manifestar logo após a primeira menstruação e afetar adolescentes e jovens adultas. Estima-se que cerca de 70% das adolescentes com cólicas menstruais intensas tenham endometriose . Por isso, é importante que as meninas procurem um ginecologista se sentirem dores muito fortes ou outros sintomas da doença.
5 – A endometriose é hereditária?
Ainda não se sabe ao certo quais são as causas da endometriose, mas alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Um deles é a predisposição genética. Mulheres que têm parentes de primeiro grau com endometriose têm até 10 vezes mais chances de ter a doença do que mulheres sem histórico familiar.
6 – Quem tem endometriose sempre tem que operar?
Não. A cirurgia para endometriose só é indicada quando os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas ou quando há comprometimento de órgãos vitais, como intestino e bexiga A cirurgia consiste na remoção dos focos de endometriose por meio de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a robótica .
7 – Endometriose engorda?
Não há uma relação direta entre a endometriose e o ganho de peso. Porém, alguns medicamentos usados para tratar a doença podem causar retenção de líquidos e inchaço, que podem levar à sensação de aumento do peso corporal . Além disso, a dor e o desconforto causados pela doença podem reduzir a atividade física e o metabolismo da mulher, favorecendo o acúmulo de gordura .
8 – Endometriose pode causar dores nas pernas?
Sim. A endometriose pode causar dores nas pernas quando o tecido endometrial se implanta nos nervos que inervam essa região. Essa dor costuma ser mais intensa durante o período menstrual e pode irradiar para as costas ou para o quadril .
Tratamento da endometriose
O tratamento da endometriose deve ser feito de acordo com a orientação do ginecologista e envolve o uso de medicamentos que ajudam a aliviar e controlar os sintomas.
Contudo, nos casos mais graves, também pode ser necessário a realização de cirurgia .
Os medicamentos mais usados para tratar a endometriose são:
- Anti-inflamatórios: reduzem a inflamação e a dor causadas pela doença
- Anticoncepcionais: regulam o ciclo menstrual e diminuem o crescimento do tecido endometrial
- Progestágenos: bloqueiam a produção de estrogênio e impedem a menstruação
- Análogos do GnRH: inibem a liberação de hormônios que estimulam a ovulação e a menstruação
Nesse sentido , a cirurgia para endometriose pode ser indicada quando os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas ou quando há comprometimento de órgãos vitais, como intestino e bexiga. A cirurgia consiste na remoção dos focos de endometriose por meio de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia ou a robótica .
Em alguns casos, pode ser necessário realizar a retirada total do útero e dos ovários, o que leva à menopausa precoce e à impossibilidade de engravidar. Por isso, essa opção só é considerada em último caso e com o consentimento da paciente.
Como prevenir a endometriose
Não há uma forma de prevenir a endometriose, pois as causas da doença ainda não são totalmente conhecidas. Porém, alguns hábitos podem ajudar a reduzir o risco ou a gravidade da doença, como:
- Evitar o uso de produtos que contenham dioxina, uma substância química que pode alterar o equilíbrio hormonal e favorecer a endometriose
- Praticar atividade física regularmente, pois ajuda a aliviar o estresse, a melhorar a circulação sanguínea e a fortalecer o sistema imunológico
- Manter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e fontes de ômega-3, que têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes
- Evitar o consumo excessivo de álcool, cafeína, açúcar e gorduras saturadas, que podem aumentar a inflamação e a dor.
- Buscar apoio psicológico, pois a endometriose pode afetar a autoestima, o humor e a qualidade de vida da mulher
Diante de todoo exposto, podemos concluir que a endometriose é uma doença que requer acompanhamento médico e tratamento adequado.
Sendo assim, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso do tratamento e de preservação da fertilidade. Por isso, se você tem algum dos sintomas da endometriose ou suspeita da doença, procure um ginecologista e tire suas dúvidas.
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