Na terça-feira (14), o Ministério da Saúde divulgou um novo boletim de saúde revelando dados alarmantes sobre a febre Oropouche no Brasil. Até o momento da pesquisa, o país já havia registrado 5.102 casos, sendo a maioria na Amazônia (2.947) e em Rondônia (1.528).
Ademais, outros 8 estados também registraram casos da doença: Acre, Pará, Roraima, Bahia, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.
Essa doença é considerada endêmica — ou seja, típica de uma região — e, nesse sentido, a disseminação para outros locais acende um alerta.
O que é a febre Oropouche?
O vírus Oropouche (OROV), pertencente à família Bunyaviridae, é o agente causador da febre Oropouche.
Assim, os mosquitos Culicoides desempenham o papel principal como vetores dessa doença, transmitindo-a para humanos e outros mamíferos.
A descoberta do Orthobunyavirus oropoucheense ocorreu no Brasil em 1960, quando uma amostra de sangue de um bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília revelou a presença do vírus.
Últimos casos no Brasil
Nesse sentido, a disseminação da febre Oropouche para áreas urbanas é uma realidade preocupante e exige ações imediatas para conter sua propagação.
Confira o pronunciamento de Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde:
“Há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na Região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento…”
“Introduzimos a vigilância dessa nova doença, fizemos a construção das orientações para observação clínica. A gente não tinha nenhum manual ou protocolo para febre Oropouche. Distribuímos os testes para toda a rede Lacen e, por isso, estamos conseguindo captar, fazer o diagnóstico correto para essa doença. Estamos monitorando de perto e entendendo melhor essa nova arbovirose”, disse Ethel Maciel
As condições favoráveis para proliferação do mosquito vetor da doença está relacionado a fatores como: mudanças climáticas, desmatamento e urbanização desordenada.
Portanto, é necessário que autoridades e população se unam para ‘barrar’ o espalhamento do vírus.
Como prevenir a doença?
Algumas ações simples que podem auxiliar na prevenção são, por exemplo:
- Uso de repelentes
- Instalação de telas em janelas e portas
- Eliminação de criadouros
- Seguir as recomendações das autoridades locais
Adicionalmente, a conscientização da população sobre os sintomas da doença é fundamental para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Todavia, as autoridades também devem intensificar os esforços de controle de vetores, realizando campanhas e implementando estratégias de monitoramento da proliferação do mosquito.
Sintomas
É primordial entender os sintomas da febre Oropouche, que incluem:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Fadiga e náuseas
Dessa forma, ela pode facilmente ser confundida com outras doenças virais, dificultando o diagnóstico.
Adicionalmente, em casos mais graves, a febre Oropouche pode gerar complicações neurológicas, como meningite.
Logo, especialmente se você está em uma área onde a transmissão é alarmante, esteja atento e busque ajuda médica, se necessário.
Transmissão
A transmissão da febre Oropouche ocorre principalmente através da picada, da seguinte forma:
Quando o mosquito se alimenta do sangue de uma pessoa ou animal contaminado, ele pode contrair o vírus. Através da picada, ele transmite-o para outras pessoas e animais, disseminando a doença.
Além disso, embora menos comum, a transmissão também pode ocorrer por meio de contato com sangue contaminado ou secreções corporais de indivíduos infectados, por exemplo.
Acima de tudo, é importante salientar que crianças, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos estão em maior risco de desenvolver complicações graves. Portanto, elas precisam de mais atenção quando o assunto é prevenção.
É Dengue ou febre Oropouche?
Bem como a dengue, a febre Oropouche também é transmitida por um mosquito. Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes e, consequentemente, podem ser confundidas. Por essa razão, é importante entender as principais diferenças entre elas:
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Em suma, diante do aumento dos casos de febre Oropouche no Brasil, a colaboração entre autoridades, comunidades e profissionais de saúde é fundamental.
Se você apresentar sintomas compatíveis com a doença, procure um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequados.