Você já ouviu falar do flexitarianismo? É uma abordagem flexível para a alimentação, que equilibra aspectos da dieta vegetariana com a flexibilidade de incluir ocasionalmente proteínas de origem animal. Neste artigo, vamos explicar o que é ser flexitariano, quais são os benefícios para a saúde e o meio ambiente, e como adotar esse estilo de vida sem abrir mão do sabor e da variedade.
O que é ser Flexitariano?
O termo flexitariano combina, é claro, as palavras “flexível” e “vegetariano”. Criado pela nutricionista americana Dawn Jackson Blatner, em seu livro “The Flexitarian Diet” , significa alguém que segue uma dieta predominantemente vegetariana, mas que ocasionalmente consome carne, peixe, ovos ou laticínios.
Nesse sentido, os princípios básicos do flexitarianismo são:
- Foco em alimentos vegetais: os flexitarianos priorizam alimentos de origem vegetal em sua alimentação, como frutas, vegetais, grãos integrais, legumes, nozes e sementes.
- Redução do consumo de carne: os flexitarianos reduzem o consumo de carne, comendo-a apenas algumas vezes por semana ou até mesmo ocasionalmente.
- Flexibilidade na inclusão de proteínas animais: os flexitarianos podem incluir proteínas de origem animal em sua dieta, mas de forma flexível, de acordo com suas preferências e necessidades.
Entretanto, para esse tipo de estilo de vida não há regras rígidas ou quantidades específicas para seguir. Cada um pode adaptar a dieta de acordo com o seu ritmo e objetivos. O importante é ter consciência do que se come e buscar uma alimentação mais saudável, variada e equilibrada.
Flexitarianismo e os benefícios para a Saúde
Não precisa ser nenhum nutricionista saber que se você incluir na sua alimentação mais alimentos vegetais sua saúde vai de bem a melhor.
Mas para além disso, seguir uma dieta flexitariana pode trazer diversos benefícios para a saúde, como:
- Redução do risco de doenças cardíacas, diabetes e obesidade, devido ao menor consumo de gorduras saturadas, colesterol e calorias, e ao maior consumo de fibras, antioxidantes e fitoquímicos.
- Prevenção de certos tipos de câncer, especialmente os relacionados ao sistema digestivo, como o de cólon e o de estômago, devido à menor exposição a agentes carcinogênicos presentes nas carnes processadas e grelhadas, e ao maior consumo de vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor, que têm propriedades anticancerígenas.
- Melhora da saúde intestinal, devido ao maior consumo de fibras, que favorecem o trânsito intestinal e a flora bacteriana, e ao menor consumo de alimentos inflamatórios, como os embutidos e os queijos gordurosos.
- Melhora da saúde óssea, devido ao maior consumo de cálcio, magnésio e vitamina K, presentes nos vegetais de folhas verdes, nos grãos integrais e nas oleaginosas, e ao menor consumo de proteínas animais, que podem aumentar a excreção de cálcio pela urina.
Acima de tudo, devemos destacar que esses benefícios são respaldados por diversos estudos e pesquisas científicas, que mostram que os flexitarianos têm menores índices de mortalidade e morbidade do que os onívoros, e que se aproximam dos benefícios dos vegetarianos e veganos.
Como exemplo. esse estudo de 2020 sobre dietas vegetarianas, pescatarianas ( que além do permitido nas dietas vegetarianas inclui também peixes e frutos do mar) e flexitarianas que incluiu 10.797 participantes descobriu que aqueles que aderiram a qualquer dieta que excluísse/reduzisse a ingestão de carne tinham índice de massa corporal, colesterol total e pressão arterial mais baixos do que aqueles que comiam carne.
Flexitarianismo – impacto ambiental e sustentabilidade
Além dos benefícios pessoais, o flexitarianismo também contribui para a sustentabilidade ambiental. Em outras palavras, ao reduzir a ingestão de carne, diminuímos a pegada de carbono e promovemos o uso mais eficiente dos recursos naturais.
Sem falar no uso mais eficiente dos recursos naturais, como a água, o solo e a energia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção de carne é responsável por 70% do consumo de água doce, 38% do uso de terras e 19% do uso de energia no mundo. Ao reduzir o consumo de carne, os flexitarianos ajudam a preservar esses recursos e a evitar o desperdício e a poluição.
Outro ponto que vale ressaltar, é a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas, que são ameaçados pela expansão da pecuária e da agricultura intensa, que causam desmatamento, erosão, perda de habitat e extinção de espécies. Ao optar por alimentos vegetais, orgânicos e locais, os flexitarianos apoiam a agricultura familiar, a agroecologia e a soberania alimentar, que respeitam a natureza e a diversidade cultural.
Você pode até pensar: “Ah, mas uma pequena mudança de hábito não faz tanta diferença assim.” Estatísticas revelam que pequenas mudanças na dieta podem sim ter um impacto significativo na preservação do meio ambiente, tornando o flexitarianismo uma escolha consciente.
Flexitariano – Um degrau para quem quer virar vegetariano!
Para muitas pessoas, o flexitarianismo pode ser uma ótima fase de transição para quem busca adotar uma vida vegetariana ou vegana. Ao reduzir gradualmente o consumo de produtos de origem animal, os flexitarianos podem experimentar os benefícios de uma alimentação mais vegetal, sem se sentir privados ou culpados.
Além disso, podem se familiarizar com novos ingredientes, sabores e receitas, e descobrir um universo gastronômico rico e diverso.
Dessa forma, o flexitarianismo também pode ser uma forma de respeitar as diferenças individuais e familiares, e de conviver harmoniosamente com pessoas que têm hábitos alimentares diferentes. Ao invés de se impor regras rígidas ou se isolar socialmente, os flexitarianos podem adaptar a sua dieta de acordo com as circunstâncias, sem deixar de lado os seus valores e objetivos.
Dicas para Adotar o Estilo de Vida Flexitariano
Se chegou até aqui provavelmente já está a um passo de incluir esse novo estilo de vida aos seus hábitos, aqui vão algumas dicas práticas para iniciar essa jornada:
Opções para te inspirar !
Para tornar a experiência ainda mais agradável, apresentamos algumas receitas deliciosas e fáceis que exemplificam pratos flexitarianos. Desde saladas criativas até pratos reconfortantes, a diversidade e o sabor da alimentação flexitariana são surpreendentes.
Hambúrguer de grão-de-bico e cenoura:
Um hambúrguer vegano, crocante por fora e macio por dentro, que pode ser servido com pão integral, alface, tomate, cebola roxa e molho de iogurte natural com ervas.
Salada de quinoa, abacate e tomate:
Uma salada refrescante e nutritiva, que combina a quinoa, um grão rico em proteínas, com o abacate, uma fonte de gorduras boas, e o tomate, um alimento antioxidante. Você pode temperar com limão, azeite, sal e pimenta, e salpicar salsinha picada por cima.
Lasanha de berinjela e ricota:
Uma lasanha vegetariana, que substitui a massa tradicional por fatias de berinjela grelhadas, e o recheio de carne por uma mistura de ricota, espinafre e noz-moscada. Você pode cobrir com molho de tomate caseiro e queijo parmesão ralado, e levar ao forno para gratinar.
Risoto de cogumelos e frango:
Um risoto cremoso e saboroso, que leva arroz arbóreo, caldo de legumes, vinho branco, manteiga, cebola, alho, cogumelos frescos, frango desfiado, queijo parmesão e salsinha. Você pode servir com uma salada verde ou com aspargos cozidos.
Essas são apenas algumas ideias de receitas flexitarianas, mas você pode usar a sua criatividade e experimentar outras combinações de ingredientes e temperos. O importante é se divertir na cozinha e aproveitar os benefícios de uma alimentação mais saudável e sustentável.
O flexitarianismo é uma abordagem viável para uma alimentação mais saudável e sustentável, sem a necessidade de abrir mão por completo de produtos de origem animal. Se você está procurando uma maneira de melhorar sua saúde e o meio ambiente, o flexitarianismo pode ser uma boa opção para você.