Plano de saúde alternativo traz riscos, diz especialista

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Preços proibitivos na terceira idade, pouca oferta de planos individuais, quebra de operadoras. O quadro de problemas dos planos de saúde no Brasil tem impulsionado outros produtos de baixo custo no mercado de assistência médica privada, como empresas que vendem acesso a consultas com descontos. Mas as opções também não garantem uma assistência adequada, enfatizam especialistas. Além disso, não têm o controle da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por não serem considerados planos.

O banco BMG, desde o ano passado, investe na expansão de um produto que mediante uma anuidade (R$ 160) permite acesso a consultas a partir de R$ 42 e a exames. Os descontos chegam a 80%. Já conta com 40 mil clientes e o objetivo é chegar a 1 milhão. Sistemas iguais também são ofertados pelo banco Panamericano, entre outras empresas que crescem no mercado. Os novos investidores, no entanto, veem que o mercado de planos individuais, por seus riscos, está estagnado e algumas das principais empresas do setor, principalmente seguradoras, já não ofertam mais produtos com esse perfil.

“O seguimento de planos individuais está em extinção. E o que oferecemos é uma ferramenta de aproximação do serviço aos clientes individuais”, justifica José Humberto Affonseca Sobrinho, diretor do Sistema de Atendimento à Saúde (Sinasa), do banco BMG. “O conceito não é urgência e emergência, é até a média complexidade. Sobra a alta complexidade. Aí é o sistema público mesmo”, admite. O banco, porém, tem interesse também em financiar a alta complexidade aos clientes do sistema – o que, no mercado, é apontado como principal motivo para bancos entrarem na área.

Lígia Bahia, professora do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em planos de saúde, destaca que um aumento na oferta de produtos de assistência baratos deverá impulsionar novamente a área nos próximos anos. Mas enfatiza também que pesquisas apontam que muitos garantem uma rede ruim de atendimento. Para ela, é hora de discutir o futuro do setor. “Quem não usa é feliz. Quando precisa, é o pior dos mundos. O curioso é que enquanto aqui estamos vendo isso, nos EUA (onde os planos privados dominam) o presidente Obama está em busca de um plano público de saúde.”As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.