Poliomielite – Quais os riscos em não vacinar o seu filho?

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A Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus.

A sua transmissão ocorre geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes contaminadas ou por água e alimentos contaminados por essas fezes.

Na maior parte dos casos os infectados apresentam poucos sintomas ou nenhum, com um quadro semelhante à gripe, com febre e dor de garganta, ou infecções gastrintestinais, com náusea, vômito, constipação e dor abdominal.

Entretanto, uma parte dos infectados, especialmente crianças com menos de cinco anos, podem sofrer com formas graves da doença, incluindo paralisia flácida aguda permanente, insuficiência respiratória e até mesmo o óbito.

Apontada no Brasil desde o fim do século XIX, a enfermidade provocou numerosos surtos e epidemias em todo o mundo.

Em nosso país, os anos 70 foi a década a qual registramos a maior parte das ocorrências. Até a sua erradicação, foram anotados 26.827 casos entre 1968 e 1989.

Em 1980, a partir de iniciativas internacionais de erradicação, foi estabelecida a primeira estratégia de campanha nacional de imunização contra a pólio. O uso das vacinas e ações de vacinação em massa foram essenciais para o seu controle.

Mas será que a doença está totalmente erradicada no Brasil e no mundo? Quais são os maiores desafios encontrados e a importância da vacina nesse processo?

Isso e muito mais, é o que você vai acompanhar conosco em nosso blog!

Fique com a gente, este artigo foi criado para você 😊

 

O que é poliomielite? Qual é a sua forma de transmissão?

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa viral causada pelo Poliovirus. Conhecida desde a antiguidade, a enfermidade foi classificada como doença pela primeira vez, em 1840 pelo médico ortopedista alemão, Jakob Heine.

Entretanto, somente no final do século XIX foi reconhecida como um problema significativo, quando as epidemias começaram a aparecer no norte da Europa.

No Brasil, os primeiros relatos de casos esporádicos de poliomielite foram no início de 1911, em São Paulo pelo Dr. Luiz Hoppe – Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro pelo Dr. Oswaldo Oliveira no Hospital Misericórdia.

Transmitida por meio do contato direto com fezes, secreções, alimentos ou objetos contaminados, a sua multiplicação ocorre inicialmente nos locais por onde o vírus entra no organismo (boca, garganta e intestinos).

Em seguida, ela invade a corrente sanguínea e pode chegar ao sistema nervoso, destruindo os neurônios motores e provocando paralisia flácida em um dos membros inferiores.

Nos casos mais graves ou de risco de óbito, a doença pode ser mortal, se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição.

 

Conheça os principais sintomas!

Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, o período de incubação da doença compreende de 02 a 30 dias após a exposição.

A maior parte dos casos registrados (90 a 95%), não apresentam qualquer tipo de sintoma ou quando apresentam, eles são inespecíficos), entretanto uma pequena parte (em especial crianças com menos de 5 anos) podem desenvolver a forma mais grave da doença, com inclusive o risco de óbito.

Conheça conosco as diferentes formas clínicas da infecção:

  • Assintomática – Não há sintomas. Ocorre em 90 a 95% dos casos;
  • Abortiva: Os sintomas são inespecíficos, tais como febre, cefaleia, tosse e coriza, e manifestações gastrointestinais, como vômito e dor abdominal. Ocorre em 5% dos casos;
  • Meningite asséptica – Início com sintomas inespecíficos, evoluindo com sinais de irritação meníngea. Ocorre em cerca de 1% das infecções por poliovírus.
  • Forma paralítica – 1 a 1,6% dos casos. O déficit motor instala-se subitamente, acompanhada de febre e, sua evolução, frequentemente não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores de forma assimétrica, com sinais e sintomas como flacidez muscular, diminuição ou abolição dos reflexos profundos no segmento atingido e sensibilidade preservada. Há persistência de alguma paralisia residual (sequela), após 60 dias do início da doença.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico fundamenta-se nos sinais clínicos e em exames laboratoriais.

O isolamento e identificação do vírus são realizados a partir de uma amostra de fezes do paciente ou de seus contatos.

Além disso, para identificar a poliomielite também são realizados demais exames:

  • Exame para a detecção do poliovírus nas fezes ou no catarro;
  • Exame para a pesquisa de anticorpos IgM no sangue;
  • Cultura de LCR (líquido cefalorraquidiano) para a pesquisa do agente causador;
  • Eletromiografia para o estudo da atividade elétrica do membro paralisado.

Qual o tratamento para poliomielite?

Infelizmente, não existe ainda um tratamento específico para a poliomielite, capaz de atacar diretamente o vírus causador da doença.

Porém, é possível realizar alguns procedimentos que ajudam no controle das complicações e redução dos riscos de mortalidade pelo poliovírus.  Entre eles destacam-se:

  • Repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia;
  • Mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchão firme e apoio para os pés e a cabeça;
  • Tratamento sintomático da dor, febre e dos problemas urinários e intestinais;
  • Atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória;
  • Acompanhamento ortopédico e fisioterápico.

 

A história e a importância da vacina.

No dia 12 de abril de 1955 era anunciada ao mundo a descoberta da primeira vacina contra a poliomielite.

Desenvolvida pelo cientista americano Jonas Salk, ela foi administrada incialmente de forma injetável.

Mas o mérito a erradicação da doença não pertence somente a Jonas Salk. Sete anos depois da descoberta, o pesquisador e médico Albert Sabin desenvolve outra vacina, a famosa gotinha, administrada por via oral, altamente eficaz e barata.

Com as duas vacinas e uma ampla estratégia de campanha mundial de imunização em massa, em 1994 a poliomielite é considerada erradicada do mundo.

No Brasil, o último caso foi observado na cidade de Sousa, na Paraíba, em 1989, sendo considerada oficialmente eliminada do território nacional há 27 anos, desde 1994.

Atualmente, a OMS aponta que apenas três países ainda têm o vírus em circulação, o Afeganistão, o Paquistão e a Nigéria. Tal permanência inspira cuidados em todo o mundo, pois uma simples viagem é capaz de importar a doença e, sem a vacinação adequada, viabilizar a reintrodução do vírus em países onde a mesma já não mais existe.

Por isso, o fato da doença ser considerada extinta não significa que a população tem que deixar de se vacinar. Pelo contrário, é preciso continuar a imunização para evitar que o vírus volte a circular.

Prevenção, o melhor caminho!

Apesar de sermos consideramos um país referência mundial em programas e desenvolvimento de vacinas, nos últimos anos, a cobertura vacinal tem deixado a desejar. Segundo os dados do próprio Ministério da Saúde, a taxa de imunizados contra a pólio caiu consideravelmente de 2015 para cá.

Em 2020, uma nova queda importante foi registrada: Apenas 75,9% das crianças receberam as doses contra o vírus causador da paralisia infantil.

Em outras palavras, uma em cada quatro crianças brasileiras não está suficientemente resguardada contra a poliomielite.

A vacina contra a poliomielite segue indicada para todas as crianças brasileiras num esquema de cinco doses. As três primeiras são feitas com o imunizante injetável e devem ser aplicadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida.

A prevenção ainda é o melhor caminho, por isso, leve seu filho para se vacinar e mantenha o calendário em dia. A vacina contra a poliomielite é gratuita e está disponível em todas as salas de imunização da rede municipal.

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